Da tela preto-e-branco à tela infinita
15 de março de 2025
Os telefones celulares passaram por uma revolução impressionante em poucas décadas. Saímos de aparelhos robustos e limitados, que apenas realizavam chamadas, SMS e joguinhos, para smartphones que são verdadeiros centros de entretenimento e produtividade. Hoje em dia é indispensável ter um aparelho com acesso à internet, aplicativos de banking e comunicação, algo que há 15 anos atrás parecia distante, coisas advindas de um mundo futurista.
Pessoalmente, desde 2009, tive a oportunidade de usar aparelhos de diversas fases da evolução dos celulares. Desde o mais simples Nokia ao avançado Galaxy, cada aparelho que tive representou um marco importante nessa história. Foi É interessante ver como cada um deles refletiu uma época e uma necessidade específica, ou a evolução das necessidades específicas, conforme a forma como interagimos com a tecnologia foi mudando ao longo dos anos.
Começando em 2009, tive o clássico Nokia 2100. Apesar de ser um dos modelos mais básicos da Nokia, com tela monocromática, toques polifônicos e já um tanto antigo para a época, fiz um bom uso do bichinho. Compunha muitos toques usando a função de Compositor (que eu chamava de piano) e desenhei muito usando a função de Editor de Imagens - função essa que só tive novamente bem depois, e que eu achava muito impressionante um celular simples como o 2100 possuir tal funcionalidade. Era como um Paint no celular. Rudimentar, mas era.
Em 2011, tive o meu primeiro celular bom. O Nokia X2-01. Tela muito boa, funções de smartphone (para o que era um smartphone em 2011), acesso a internet, centenas de jogos, músicas, filmes. Criei meu primeiro site em 2012, e meu primeiro blog em 2013. Conheci muitos blogs na época. Super Java, Nokia S40 BR, WapBrasil, entre outros. Foram bons tempos. Sem contar as coisas que aprendi nesse celular, mesmo sendo um celular básico (e que rapidamente deixou de ser um "intermediário" em 2011 para básico em 2013, devido a popularização dos Androids, mas mesmo assim, foi um celular incrível e as experiências que tive também foram incríveis.
De 2013 para 2014, tive meu primeiro "smartphone" touchscreen! Com o incrível e defasado Windows Mobile 6.5, tinha um design interessante, parecia um sabonete, o bichinho. Mas foi um celular muito bom. Por ser um sistema operacional velho, o aparelho era usável da mesma forma que o Nokia era. Internet via Opera Mini, apenas. Mas dava para usar. Foi meu primeiro celular com 3G, meu primeiro celular com câmera boa (tinha até flash, muito bom), mas a popularização dos apps e dos aparelhos Android já começavam a matar esses celulares antigos.
"Foi a mior das épocas. Foi a peor das épocas."
Eis que surge o robô, finalmente. O Galaxy Y. Young. Meu primeiro smartphone de verdade. Hardware extremamente fraco, um celular que tinha mais memória RAM do que memória interna (e que oficialmente nem acessível ao usuário era). Mas tive sorte, pois ele era, na época, o rei das Custom ROMs. Já conhecia o XDA, do meu aparelho anterior (O XDA-Developers era onde ficava o acervo de software do Windows Mobile, que já era um defunto em 2013), e a comunidade de devs era extremamente popular para esse simples aparelho de processador Broadcom. Foi no Galaxy Y que iniciei no mundo do root, jogava jogos 3D nesse aparelho simples, como GTA III e Need for Speed, Resident Evil 4. Conheci as ROMs, com destaque para a Hyperion e para a CyanogenMod (quem portou a CM11, Kitkat, para o Galaxy Y, era um gênio da programação). Estive com o Galaxy Y até 2015. Mas em 2015 ele já era velhinho, o bichinho. Um celular que foi lançado com Android 2.3, numa época em que brilhava o Android 5.0 Lollipop.
Meu segundo Samsung foi o SII TV (GT-G7273T), uma versão brasileira do Galaxy Ace 3 Duos com TV digital, que me ajudou bastante na época do fim do sinal analógico, já que eu só tinha uma velha TV de tubo e eu era apenas um mero estudante do segundo semestre de Matemática. Apesar de ter caído no marketing da Samsung, gostei do aparelho, mesmo com menos de 1GB de RAM e 4GB de armazenamento, e embora houvesse Custom ROMs boas para ele, eu sempre voltava para a Stock ROM porque era a única que mantinha a função de TV. Em 2017, tive o Galaxy Gran Prime, o celular mais bonito que eu já tinha usado até então, com tela grande e câmera decente, embora o processador fosse fraco; recorria ao root e debloat para otimizar o desempenho, como fazia no tempo do Galaxy Y, o que me permitiu usá-lo bem apesar das limitações. Depois veio o LG X Style, meu primeiro smartphone com design estiloso (daí o nome Style) e tela de 5", muito fino (6.9mm) e leve (136g), com o melhor processador que já havia usado até então (Snapdragon 212), mas infelizmente foi o primeiro celular em que não consegui fazer root, pois a LG não liberava o bootloader e não havia suporte da comunidade XDA.
Depois disso, a partir de 2018, já tive condições de possuir aparelhos que melhor me atendiam. Entre eles: Galaxy S5, Redmi 5, Galaxy Note 9, LG G7, e Moto Edge 40 Neo.